quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Quiseram a tua voz, é o texto. (Pedro Scalon Netto)

Bom, não há nada de bom nisso. 
É exclusivamente mau. 
Da espécie... não tem como distinguir o poder do fogo ou do aprisionamento ao caos libertário, eu não sei bem por onde começar, mas envolve. Um pouco da alma, isso vai soar como frieza, mas entenda, o pouco da alma humana. Há uma outra espécie de alma na voz desse cara. Nada, nada humana, nada pegajosa, completamente viciante. Porque você ouve de tudo, meu caro, você espera o mundo sussurrando em seus ouvidos e você descobre a suavidade gritando contra seu rosto, urrando em você tudo o que você procurava e sozinho não conseguiu encontrar. Mas foda-se, dane-se tudo. Ele arrebenta, ele tem a chama. Faz de teu gosto musical coisa de amador, faz da tua emoção coisa de primata e te evolui. Simplesmente a voz dele te pega pela mão e indica o caminho, não, você não caminha mais sozinho. Exceto quando você não encontra voz igual. O que é provável. Então a voz te liberta, mas você está para sempre preso nela. Porque a voz do cara não se iguala ao que você sonhava. O tipo de coisa que te faz escrever do sujo ao sublime, ah Deus, como eu amo o sujo. Oh inferno, como idolatro o sublime.

Faz-me o favor, faz-me rir. Yeah baby, apenas cante e grite, esfregue no mundo teu poder e a forma como você se impõe ao erro alheio e ao teu amor e á tua magnitude e ao teu inferno. Foda-se o mundo. Se iguale a quem te ouve e faz de ti algo inegualável, porque baby... baby, baby, tua voz enobrece o coro abandonado.

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