sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

9 Canções.

Pra que mentir, fingir que perdoou, ficar amigos, sem rancor.

hoje eu confessei uma paixão antiga pro cara errado. Ele era o cara certo, mas agora e sempre foi o errado. Vá entender da seguinte forma. É o certo porque eu gostava. E é o errado porque mesmo naquela época e presente, ele jamais poderia ficar. O mundo o esperava. E quem sou eu, Deus, para fazer alguém deixar o mundo para me escolher?
Não posso e nem poderia e nem poderei nunca pedir isso alguém.
É claro que pedi para ficar, é claro que seria... mas agora o Cazuza canta para mim.
Agora eu ouço esse piano e confessar algo guardado há um ano....fez seu coração disparar.
Dizia não gostar de compomissos, então eu me calei enquanto dividíamos a cama, mas... havia uma chance? De saber e ser mais... menos brutal?
O resultado sempre seria o mesmo, mas devo confessar, e ainda sou apaixonada po aquela época.
Foi uma das melhores épocas da minha vida, muito obrigada.
Eu nem devia ser sensível assim, eu sou muito forte, eu lhe disse isso.
Eu deveria ser muito forte agora. E sempre.
Mas o Cazuza me quebra.
Ao meio.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Quiseram a tua voz, é o texto. (Pedro Scalon Netto)

Bom, não há nada de bom nisso. 
É exclusivamente mau. 
Da espécie... não tem como distinguir o poder do fogo ou do aprisionamento ao caos libertário, eu não sei bem por onde começar, mas envolve. Um pouco da alma, isso vai soar como frieza, mas entenda, o pouco da alma humana. Há uma outra espécie de alma na voz desse cara. Nada, nada humana, nada pegajosa, completamente viciante. Porque você ouve de tudo, meu caro, você espera o mundo sussurrando em seus ouvidos e você descobre a suavidade gritando contra seu rosto, urrando em você tudo o que você procurava e sozinho não conseguiu encontrar. Mas foda-se, dane-se tudo. Ele arrebenta, ele tem a chama. Faz de teu gosto musical coisa de amador, faz da tua emoção coisa de primata e te evolui. Simplesmente a voz dele te pega pela mão e indica o caminho, não, você não caminha mais sozinho. Exceto quando você não encontra voz igual. O que é provável. Então a voz te liberta, mas você está para sempre preso nela. Porque a voz do cara não se iguala ao que você sonhava. O tipo de coisa que te faz escrever do sujo ao sublime, ah Deus, como eu amo o sujo. Oh inferno, como idolatro o sublime.

Faz-me o favor, faz-me rir. Yeah baby, apenas cante e grite, esfregue no mundo teu poder e a forma como você se impõe ao erro alheio e ao teu amor e á tua magnitude e ao teu inferno. Foda-se o mundo. Se iguale a quem te ouve e faz de ti algo inegualável, porque baby... baby, baby, tua voz enobrece o coro abandonado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Para Curitiba

Porque não importa o grau da dificuldade ou a forma como o tempo corre. O tempo te mudou. O tempo te transformou. Porque de todas as vezes eu achei que tinha perdido e você sabe que quando vagamos á procura da vida para poder sobreviver ao passado, que não esperamos muito da vida, porque nada na vida será como você ou como eu. Porque não importe os meus planos, eu sempre vou voltar. Ou você volta á mim. Porque não importa as bocas tocadas, os gemidos doados, o suor compartilhado. Sempre será mentalmente onde estamos quando separados. Porque não importa se você chorou ou teve uma ameaça, não importa se te acusaram e se eu me despedi, não importa o quão de amor você receba de outra e não importa o quanto eu caminhe. Não vai dar certo sem você. Eu amo!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Mais uma de amor

Sempre estive meio perdida. Sempre encontrando vários caminhos que não se encaixaram no meu, minha alma sempre gritou por vitória, eu sempre tive medo da dúvida, sempre corri atrás de carros que nunca param, sempre busquei sorrisos que nunca vieram, sempre fingi< alegria e satisfação para salvar uma lua cheia, sempre me senti sozinha e inadequada, sempre me amei assim, sempre quis mudar, nunca mudei. Evoluí da forma mais precária, atingi o céu chutando o inferno, amei de verdade e lidei com isso da pior e da melhor forma. Sério, sou quase uma heroína, a droga mesmo. De forma que quando querem não esquecem, da forma que querem se livrar e não conseguem, da forma que quero apenas ser uma substância e querem me usar por isso, da forma que quero estar embaixo de um concreto e virar planta. Só digo que amo a minha vida e os tempos de solidão, de agonia e desgosto não me venceram em nada. /b>

Elaya

Charles Baudelaire Esta vida é um hospital onde cada doente está possuído pelo desejo de mudar de leito. Este gostaria de sofrer em frente a um aparelho de calefação, aquele outro crê que se curaria em frente a uma janela. Parece-me que estarei sempre bem lá onde não estou e essa questão de mudança é um assunto que discuto sem cessar com minha alma. “Diga-me, minha alma, pobre alma resfriada, que pensarias de morar em Lisboa? Lá deve fazer calor e tu te regozijarias como um lagarto. Essa cidade fica à beira-mar, diz-se que foi construída com mármore e que o povo tem um tal ódio por vegetais que arranca todas as árvores. Eis uma paisagem segundo teu gosto; uma paisagem com a luz e o mineral, e o líquido para refleti-los!” Minha alma não responde. “Posto que amas tanto o repouso com o espetáculo do movimento, queres vir habitar na Holanda, essa terra beatificante? Talvez se divertirás nesse lugar cujas imagens freqüentemente admiraste nos museus. Que pensarias tu de Rotterdam, tu que amas as florestas de mastros e de navios amarrados ao pé das casas?” Minha alma permanece muda. “Batávia sorriria, talvez mais para ti. Nós encontraríamos lá, então, o espírito da Europa casado com a beleza tropical.” Nenhuma palavra. Estaria morta a minha alma? “Chegaste a este ponto de entorpecimento que não te alegras senão com teu próprio mal. Se é assim, fujamos, então, para os países que são as analogias da morte. Já sei o que devemos fazer, pobre alma! Nós faremos nossas malas para Tornéo. Iremos mais longe ainda, ao extremo fim do Báltico, ainda mais longe da vida, se é possível; nos instalaremos no pólo. Lá o sol não roça senão obliquamente a terra, e as lentes alternativas da luz e da noite suprimem a variedade e aumentam a monotonia, essa metade do nada. Lá nós poderemos tomar longos banhos de trevas, enquanto que para nos divertir as auroras boreais nos enviarão, de vez em quando, seus fachos róseos, como reflexos de fogos de artifício do inferno!” Enfim minha alma explodiu e sabiamente gritou para mim: “Não importa onde! Não importa onde! Desde que seja fora desse mundo!”